A OABPrev-MG traz uma novidade com a chegada do Dia das Mães! Dra. Cátia Terozendi, mãe, advogada e diretora da Caixa de Assistência do Advogados de Minas Gerais, conversa sobre a sua experiência e vivência como advogada e mãe. Foi um prazer contar com uma pessoa tão alegre, disposta e dedicada para participar esta data especial! Confira:
Olá Dra. Cátia, agradecemos o interesse e disponibilidade em participar desta conversa sobre esta data tão importante para todas as mães, neste caso em especial para as mães advogadas!
Você já era mãe quando iniciou sua carreira na advocacia?
Dra. Cátia Terozendi: Fui mãe quando ainda cursava o 9º período de Direito na Pontifícia universidade Católica. Meu filho teve muita pressa de vir ao mundo e trazer muita alegria para minha vida e minha casa. Nasceu prematuro de 7 meses. Esqueci a faculdade naquele período e tudo mais, para me dedicar exclusivamente ao meu pequeno Gustavo, que necessitava de cuidados especiais.
Como aconteceu essa conciliação entre trabalho e família?
C.T.: Destaco que muitos professores foram compreensivos, porém apenas um deles em total desrespeito a mim e ao pequeno Gustavo, queria me reprovar sob a alegação de que eu não frequentava as aulas. Foi quando mesmo sem ter me formado, a advogada falou mais alto e fora tudo resolvido.
Como foi o período de gravidez em conjunto com o seu trabalho?
C.T.: Quando comecei a advogar, já era mãe de três filhos, porém fui muito abençoada por que tive muita ajuda de familiares e uma colaboradora, a todos gratidão sempre. Quando estava em companhia de meus filhos era uma convivência de muita qualidade , alegria, amor, de trocas fantásticas porque eles me faziam e me fazem muito feliz.
Qual foi o maior desafio e o maior prazer em construir uma família enquanto advogada?
C.T.: O maior desafio, além de dupla, tripla jornada, foi ensinar aos meus filhos a seguir o caminho correto, a educação, o respeito ao próximo, o caráter, serem humanos e generosos com as pessoas, a fé. Formei 2 homens e uma mulher de bem. Profissionais e filhos exemplares, prezo muito o Honrar Pai e Mãe, ser Mãe de Gustavo, Luísa e Felipe foi um presente de Deus na minha vida. Eles são pessoas muito melhores do que eu, mas o objetivo era esse mesmo.
Mães já costumam ser protetoras e advogadas também! A sua profissão influenciou sua relação com a família?
C.T.: Com certeza influencia até hoje. Às vezes a mãe se sobrepõe à advogada e vice-versa.
Sua dedicação à advocacia atuou, de alguma forma, no planejamento do futuro dos seus filhos?
C.T.: Sim, foi através da minha profissão que pude proporcionar tudo o que precisavam para seguir em frente, muitas vezes me sacrificando sobremaneira, mas valeu a pena.
Para finalizar: qual dica você, como mãe e advogada, deixaria para tantas outras mulheres que dedicam à carreira na advocacia e no cuidado com os filhos?
C.T.: É notória a desaceleração que a profissão tende a sofrer quando atrelada a maternidade. O medo, a culpa e tudo mais, porém não tem receita de bolo, nem é matemática. Os filhos em determinado momento têm clareza de que nós mães precisamos trabalhar, e que o fazemos e vivemos para eles e por eles, e esta não é uma situação de abandono, qualquer tempo juntos deve ser de total entrega, deixando de lado, whatsapp, mídias sociais etc. Em que pese estarmos avançando e se Deus quiser irá chegar o dia em que não teremos que optar entre trabalho e família, e nos sentirmos confortáveis com a profissão e maternidade, ainda há muito a fazer em prol da mulher advogada e mãe. Avante!